Desculpe o transtorno, preciso falar da Viviane
Conheci ela na internet, na verdade no bate papo da Uol. Era dia 6 de setembro de
2006. Foram 5 minutos de papo e já migramos para o bate papo do Orkut. Eu estava
curtindo minha solteirice e ela estava namorando e sofrendo por uma traição. Eu a
confortei tanto que ela se apaixonou e por mais que essa história me parecia um
tanto quanto louca (ela tinha 16 anos e eu 28), ela com todas as suas forças me fez
acreditar que seria possível.
No dia 27 de outubro do mesmo ano marcamos um encontro. E desde esse dia não nos
separamos mais.
Ela era tão ousada e corajosa, que me pediu em namoro. E em pouco tempo depois se
ajoelhou para mim e para a minha mãe e me pediu em casamento. Em menos de 6 meses
estávamos morando juntas, mas antes vivemos alguns meses um romance estilo "Romeu e
Julieta". Ela foi proibida de me ver e namoramos por um tempo por cartas.
Não desistimos de nós em nenhum momento.
Passamos por cada coisa, cada empecilho, cada dificuldade, mas tudo isso nos
aproximou cada vez mais.
Fugimos e fomos morar na Pedra de Guaratiba. Decoramos a nossa casinha com tudo que
tinha direito e bem ao nosso gosto. Era um misto de decoração esotérica e romântica.
A Viviane sempre me surpreendeu por estar sempre acima da sua idade. Era menina e
tinha atitudes de mulher. Era frágil, mas tinha a bravura de um leão. Era doce e
destemida. Era impulsiva e contemplativa.
Na ordem natural das coisas, eu como mais velha deveria ter ensinado a ela muitas
coisas, mas na verdade eu aprendi muito com ela:
Aprendi a ver sempre o lado bom das coisas.
Aprendi a não esperar nada de ninguém.
Aprendi que o amor precisa ser vivido em sua totalidade e não importa a idade.
Aprendi a ignorar o julgamento alheio.
Aprendi a respeitar o sentimento das pessoas.
Aprendi que a distância é só uma questão de espaço e que o verdadeiro sentimento
nunca morre, mesmo acabando uma relação.
A parte da casa que mais gostávamos era a cozinha. Testávamos várias receitas, de
bobó de camarão a lasanha a 4 queijos.
Nos apaixonamos no mesmo dia por comida japonesa. E tomávamos porre de coca-cola
todo fim de semana. Ela até gostava de uma cervejinha, mas como eu não bebia, ela me
respeitava.
Fizemos várias peças de teatro e filmes. Escrevemos livros. E ninguém nunca soube
disso! kkkkkkkkk
O que mais gostávamos de fazer era dançar! Tudo era motivo para dançar e comemorar.
Brindávamos a vida e o amor a cada gole.
Brincávamos de Uno todas as noites.
E irritávamos os vizinhos com o nosso show no karaokê.
Inventávamos coreografias e acabávamos rindo de tanta palhaçada.
À medida que fomos felizes também brigamos muito. O ciúmes dela era doentio. Se eu
tivesse todas as mulheres que ela imaginava eu seria um Sheik ou a própria
encarnação de Don Juan!
Foram muitas histórias para uma vida.
É muita trilha sonora para uma vida.
Terminar com ela não foi fácil. Sofri muito. Mas não dava mais porque não nos
entendíamos mais e só nos magoávamos. Parti para manter a dignidade do nosso amor,
antes que a nossa ignorância e egoísmo o matasse.
Pra sempre, ela vai fazer falta. Se ao menos a gente tivesse tido um filho, eu
penso. Levaria pra sempre ela comigo.
Não sei o motivo dela ter postado a nossa música em 28 de julho deste ano (2016),
mas ela estava certa: "No meu coração você vai sempre estar!.
Ainda bem que te agradeci em vida por todos os momentos, por todo amor e felicidade.
Ainda bem que enviei um jardim em vida porque sempre tive gratidão por tudo que
vivemos.
Mas mesmo assim, agradeço primeiramente a Deus por num mundo como esse eu ter
encontrado o amor numa menina de 16 anos, que transformou a minha vida e me tornou a
mulher que hoje eu sou.
Posso ter errado com você, mas tive a chance e a humildade de acertar em vida os
nossos erros e nos perdoar.
Muita gente não sabe, mas no ano passado quando mais precisei foi você que me
acolheu e me fortaleceu. Obrigada mais uma vez!
Que a saudade e a minha gratidão possa ecoar no infinito deste céu.
Se não fosse por você, nunca conheceria o amor...
Descanse em paz e se cuida, tá?
Marcia Magalhães
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