Sempre fui uma admiradora de flores. Mas confesso que as vermelhas sempre tiveram minha predileção, tanto que as tatuei.
A ideia de desde de pequena oferecer flores para quem amo, veio das mortes precoces que vivenciei: do meu avô materno aos 8 anos, o que subitamente abriu as portas do céu para tantos outros que foram em seguida.
Foram avó materna, bisavó, avô paterno, amigo, tios, tias, ex-namorada, avó paterna, pai, conhecidos e minha ex-companheira.
A cada passeio pelo jardim eu voltava com uma flor pra minha mãezinha, na certeza de confortar o coração dela é construir um jardim em vida.
Como sou romântica assumida, já enchi casas inteiras de flores, para demostrar o quantos aquelas pessoas eram essenciais e especiais para mim.
Até que descobri a Cadeg. Acordava de madrugada e enfeitava meu carro de flores de todos os tipos.
No meu casamento não poderia ter sido diferente: 2 bouquets e infinitas flores para perfumar e embelezar o salão.
Mas por ironia do destino casei com uma mulher que não gosta de flores. Como assim, não gosta? Eu realmente não entendo... rs
As flores me trazem em mente o encanto da vida e a devastação da morte... essa que infelizmente insiste em dilacerar corações, pois nunca anuncia a sua chegada e, com isso, nos impossibilita a despedida.
Perder alguém que se ama é destruir, ao mesmo tempo, um pedaço dentro de você. Mas você não pode permitir que outros pedaços sejam destruídos também. Aliás, é preciso que os outros pedaços de seu interior sejam ainda mais fortes para que possam reconstruir o que já foi destruído e florescer novos jardins.
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