domingo, 23 de agosto de 2015

Amor próprio


Com a sabedoria do tempo entendemos que nostalgia não é saudade e que lembrar com carinho não significa desejar a mesma vida de antes. Mas pra chegar a esse patamar, é preciso muitas horas de terapia, e ter muito autoconhecimento envolvido.
Eu confesso que sou muito ruim para fechar portas. Hoje entendo que essa dificuldade é proveniente do apego que a relação causa em mim. Me apego aos detalhes: pelo sorriso, olhar, pela voz, pela forma de mexer no cabelo, pelo biquinho que a boca faz ao falar, pela forma de tirar a blusa, pelo modo de cortar batata, pela maneira de lavar louça e por aí vai... 
Entretanto, sempre fui uma pessoa que soube vivenciar todas as emoções, desde o início até o fim. É preciso sacrificar a dor em benefício próprio para tornar-se fênix. Porém, acima de qualquer coisa o amor próprio sempre foi o meu habeas corpus na sentença da relação. Sempre latente, firme e inabalável.
Muita gente confunde amor próprio com convencimento. Não é que seja vaidade, contudo sempre dei o melhor de mim nos relacionamentos, então era notório que por descuido ou propósito eu deixasse saudade.

Carinhosamente,

Marcia Magalhães

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